domingo, 15 de maio de 2016

Separando o joio do trigo...

Ignorância Sábia

Aconteceu aos verdadeiros sábios o que se verifica com as espigas de trigo, que se erguem orgulhosamente enquanto vazias e, quando se enchem e amadurece o grão, se inclinam e dobram humildemente. Assim esses homens, depois de tudo terem experimentado, sondado e nada haverem encontrado nesse amontoado considerável de coisas tão diversas, renunciaram à sua presunção e reconheceram a sua insignificância. (...) Quando perguntaram ao homem mais sábio que já existiu o que ele sabia, ele respondeu que a única coisa que sabia era que nada sabia. A sua resposta confirma o que se diz, ou seja, que a mais vasta parcela do que sabemos é menor que a mais diminuta parcela do que ignoramos. Em outras palavras, aquilo que pensamos saber é parte — e parte ínfima — da nossa ignorância. Michel de Montaigne





Princesa Isabel: assinou a Lei Áurea em 13 de maio de 1888


Introdução 

Na época em que os portugueses começaram a colonização do Brasil, não existia mão-de-obra para a realização de trabalhos manuais. Diante disso, eles procuraram usar o trabalho dos índios nas lavouras; entretanto, esta escravidão não pôde ser levada adiante, pois os religiosos católicos se colocaram em defesa dos índios condenando sua escravidão. Assim, os portugueses passaram a fazer o mesmo que os demais europeus daquela época. Eles foram à busca de negros na África para submetê-los ao trabalho escravo em sua colônia. Deu-se, assim, a entrada dos escravos no Brasil. De acordo com historiadores, entre 1530 e 1850, cerca de 3,5 milhões de negros africanos foram trazidos para o Brasil para trabalharem como escravos.






Aprendi a admirar o profissionalismo, integridade e seriedade desse jornalista ainda na Rádio Globo - Rua do Russel, 434 - Rio de Janeiro, RJ.

Desde então percebi nele o caráter e a independência de outros que por ali também já haviam transitado, como João Saldanha, o João sem Medo, que foi capaz de encarar uma ditadura com destemor como funcionário de quem havia apoiado a implantação da mesma.

Um funcionário ou contratado não se dissolve na instituição ou empresa das quais tem contrato de trabalho se é capaz de se garantir e preservar a sua integridade de homem antes de cidadão e de cidadão antes de empregado dissolvido como suco em engrenagens supostamente podres.

Que o governo em exercício do Brasil, a partir de 13 de maio de 2016, 128 anos após a Abolição da Escravatura pela Lei Áurea, saiba separar o joio do trigo sem necessitar recorrer a cooptações esdrúxulas.

Siga em frente, Sidney sem nada temer pelo Brasil e pela democracia.

A escravidão passa...


14/05/2016 16h30
A verdade sobre a EBC
Sidney Rezende
O que você lerá aqui é um esclarecimento sobre os detalhes da minha contratação pela EBC (Empresa Brasil de Comunicação). Antes, registro um agradecimento afetuoso a todos os que aceitaram nosso convite para ouvir na "Rádio Nacional" do Rio, 1130 AM, o programa "Nacional Brasil", de segunda a sexta, de 7h às 10h da manhã. 
O jornal é transmitido ao vivo para toda a rede de rádios da EBC, "Brasil Atual", de São Paulo, e apenas na sua primeira hora pela "Roquette Pinto", FM 94.1, no Rio de Janeiro.
Temos conhecimento que desde a estreia, dia 4 de maio, várias rádios do país, entusiasmadas com nossa forma de fazer jornalismo, aderiram e também estão retransmitindo nossas edições.
O engajamento das equipes que trabalham no programa nas praças Rio, São Paulo, Brasília e núcleo da "Nacional" da Amazônia foi emocionante. 
Nossa motivação não mudou desde o início, ao contrário, hoje está mais robustecida, pois estamos convictos que nosso objetivo editorial de fortalecer os princípios de uma empresa pública está sendo alcançado. O jornalismo isento que perseguimos não prioriza partidos políticos em detrimento de outros, grupos individuais de pressão ou segmentos ideológicos. Nossa visão é o todo do Brasil com máxima isenção. Temos calma e respeito. Não somos afeitos à histeria.
Nosso slogan voltado para o ouvinte vale também para nossos relacionamentos internos: "Respeito à sua forma de pensar". Só o diálogo nos interessa. 
Em tempo, registro algo raro nas relações entre redação e gestores: o absoluto respeito da direção da empresa a princípios de não interferência indevida na escolha do conteúdo. Nossa estrela-guia é a notícia. É importante, interessa ao brasileiro, é novidade, interfere na vida do cidadão? Então, estará no "Nacional Brasil".
O resultado dos primeiros 10 dias foi estupendo. O ouvinte nos ajudou a dignificar a comemoração dos 80 anos da "Rádio Nacional" do Rio de Janeiro. 
Sem medo de errar, estamos diante de um caso de sucesso, pelo menos por enquanto. O que atesta a afirmação é o número expressivo de contatos por meio de nossas várias plataformas.
O crescente número de acessos via web para ouvir pela internet e aplicativos colocaram "Nacional Brasil" no topo do ranking da "Nacional". Perguntas, comentários, desabafos e elogios nos chamaram a atenção.
As críticas mais contundentes e saudações favoráveis que foram registradas pela Ouvidoria, sempre isenta e competente, nos serviram para ajustar os passos das duas primeiras semanas. Admitir os erros, e corrigir. Ao mesmo tempo, sem nos deixar contagiar pelo registro mais agradável.
A recepção interna dos funcionários da EBC ao que estamos construindo juntos foi acima da média. Como tem que ser. Todos queremos o melhor para a empresa que trabalhamos. Não podemos deixar morrer a chama da qualidade. Ouvir ideias novas é um bom primeiro passo. 
E isto tem repercussão na sociedade.
A revista "Veja", antes da estreia, noticiou que minha contratação havia gerado "desconforto entre os funcionários" e eles teriam se incomodado com "a comemoração da nomeação de Rezende com champanhe nas dependências da empresa". Não foi o que percebemos como espírito da nossa chegada. 
A realidade do dia do anúncio de boas-vindas em São Paulo foi outra. Estávamos em área reduzida onde cabiam umas 60 pessoas ou um pouco mais, e foi uma "cerimônia" aberta a todos os empregados que quisessem ali permanecer - como de fato aconteceu -, ao lado da redação, e sem qualquer caráter sigiloso. 
Há registro de imagem. Veja aqui mesmo no SRZD a solenidade. Numa mesa modesta, num dos cantos do ambiente, havia água, café e 6 garrafas de espumante nacional Salton. Nada além disso. Melhor assim. Até porque não sou chegado a ostentação. 
Dias depois, o "Estadão" publicou numa de suas reportagens que "empregados da EBC fazem um protesto de repúdio à contratação do jornalista Sidney Rezende para âncora de programa de notícias da emissora. E o contrato está orçado em R$ 1 milhão por ano."
Quando se verifica a publicação no Diário Oficial, se observa que a informação do jornal estava imprecisa.
Passados alguns dias, é o jornal "O Globo" que retorna o assunto nas suas versões impressa e digital e também no jornal "Extra". Presumivelmente, com a intenção que mais gente leia o conteúdo. 
Lá, em destaque, o título sugestivo: "Com dívida de R$ 22 milhões, EBC pagará a jornalista R$ 507 mil". Sem surpresa, no rodapé da notícia, há comentários indignados dos leitores. Recomendo que você entre também no Twitter e leia a opinião dos internautas.
A versão da EBC enviada ao jornal carioca não foi publicada. Talvez por falta de espaço. Resumirei alguns pontos: 
1) O orçamento da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) é de R$ 538,5 milhões/ano. A empresa está atendendo ao fluxo de pagamentos, sem comprometer o cumprimento dos contratos e o seu funcionamento.
2) Sobre o contrato com o jornalista Sidney Rezende, este foi sacramentado dentro dos recursos orçamentários da EBC e respeitando as normas gerais estabelecidas na Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. O jornalista possui reconhecida competência profissional e seu trabalho será remunerado de acordo com os salários de mercado. A contratação do mesmo também atende aos objetivos da EBC e está contribuindo para fazer a comunicação pública mais ampla, plural e isenta.
Como o hábito de falarmos em vencimentos anuais é americano, utilizarei o linguajar brasileiro que é mais fácil de entender. O contrato é pessoa jurídica com recebimentos parcelados em doze meses. Sem nenhum tipo de benefício como plano de saúde, vale-refeição, vale-transporte e outros. Se fosse relação pessoa física, receberia mensalmente 13 vencimentos de R$ 36 mil. 
Por ser entendimento jurídico, é preciso provisionar valores para a hipótese de viagens e eventualidades de deslocamentos, locomoção, alimentação, quando necessário. Não é incomum um apresentador viajar para locais externos ao estúdio e tocar seu programa deste local. Isto pode implicar algum custo. Caso não seja usado, o dinheiro sequer é retirado dos cofres da empresa. 
Um detalhe importante: não há multa contratual e, por ser assim, não há perda ao erário. O dia que a EBC não julgar mais importante minha presença, ela pode me dispensar. O contratado não usufrui de vantagens. E ainda tem uma cláusula de que tudo o que eu criar não me pertence. O nome e o slogan foram criados por mim. E a grade inicial tem a minha assinatura e a do brilhante jornalista Marco Antonio Monteiro.
Além de apresentar o "Nacional Brasil", terei a incumbência de ajudar a "editorializar a faixa que ora" trabalhamos de 6h às 10h e disponibilizar minha força de trabalho, quando convocado pela direção, para outros desafios de programação que, por enquanto, não estou autorizado a anunciar.
Fazer uma programação de qualidade, aumentar a audiência, ampliar o caráter educativo e cultural do nosso povo através dos instrumentos de comunicação da EBC não é um desafio pessoal, mas coletivo, e é um orgulho para qualquer jornalista sério se envolver num projeto dessa dimensão.
Trabalhar no serviço público não significa estar envolvido em maracutaias. Não é da minha índole e nem é o que queremos para o Brasil. Por isso, a minha indignação com insinuações baratas. Compreendo que alguns prefiram para si agir como vestais da moral alheia. Até para ser fiel à minha folha de serviços, respeito a todos, mas exijo que tenham a mesma conduta para comigo.






Posted on maio 15, 2016 by Tribuna da Internet

Natuza Nery e Paulo Gama
Folha



Teme ser preso?
Com muita sinceridade, eu estou muito tranquilo. Não posso temer nada, porque quem não faz nada não tem o que temer. Acho que as instituições têm que acabar funcionando para proteger os direitos.

Ainda que ajude Temer?
Não está em jogo eu renunciar para poder facilitar ou dificultar quem quer que seja. Eu estou no meu direito, eu fui eleito. Eu vou exercer minha defesa. A Constituição só prevê uma medida cautelar para parlamentar: a prisão em flagrante, que precisa ser submetida ao plenário da Casa. Para o afastamento, o STF aplicou isonomia. Delcídio foi preso em flagrante e não foi suspenso seu mandato. Uma suspensão sem prazo. Até quando, por que motivo? É uma cassação branca do meu mandato! Do mandato de deputado. Estou sofrendo uma cassação branca.


Na primeira entrevista desde que foi afastado da presidência da Câmara pelo STF (Supremo Tribunal Federal), Eduardo Cunha acusa Dilma Rousseff de ter lhe oferecido “ajuda” de cinco ministros do Supremo em seu último encontro reservado com a petista, em setembro de 2015. “Ela me convocou para falar de medidas e sei lá o quê e disse que tinha cinco ministros do Supremo para poder me ajudar”, afirmou à Folha.
À época, ele já havia rompido com o governo e acabava de ser denunciado pelo Ministério Público por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro na Lava Jato –e discutia com a oposição a possibilidade de aceitar o pedido de impeachment. Sem dar detalhes, Cunha diz ter mantido a suposta oferta em segredo até agora porque, “concretamente, ela não disse o que ia fazer”. “Considerei uma bravata.”
Antigo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo nega enfaticamente a versão e diz que Cunha não merece “nenhuma credibilidade”.
Mesmo afastado do mandato, Cunha usava o broche privativo dos deputados na lapela esquerda do paletó. Para a entrevista, vestiu uma gravata igual à do dia em que rompeu publicamente com o governo Dilma –17 de julho de 2015, data que repete sem precisar consultar a memória. “Fui alvo de uma cassação branca”, queixa-se.
À Folha o presidente contou como conseguiu evitar que o governo conquistasse um álibi para se livrar das pedaladas de 2015. Ele aceitou o pedido de impeachment horas antes da previsão da votação pelo Congresso da nova meta fiscal, que poderia, segundo ele, dar à presidente um “discurso” para justificar as manobras.*

Folha – Dilma o chama de capitão do golpe.
Eduardo Cunha – Olha aqui, eu tive 53 pedidos de impeachment da presidente. Nunca na história deste país teve um presidente com tantos pedidos de impeachment. Do 53 que ingressaram, eu rejeitei 41, aprovei um e ainda deixei 12 que não foram decididos. Se eu fosse o capitão do golpe, já teria tido impeachment muito tempo atrás. Eu rejeitei o conceito de que o mandato anterior contaminava o mandato atual. Não entrei no mérito da corrupção. Ela promoveu despesas sem autorização do Poder Legislativo. Foi técnico.
Sua decisão de deflagar o impeachment veio na esteira da decisão do PT de não apoiá-lo no Conselho de Ética…
Se você olhar o cronograma das decisões, verá que eu tinha prometido publicamente que, até o dia 30 de novembro, eu traria uma decisão. Por que eu acatei o pedido em 2 de dezembro? Primeiro, por que eu quis homenagear a data de aniversário da minha filha [risos]. Segundo, porque eu vi que iriam votar a mudança da meta [fiscal] na sessão do Congresso Nacional. Eu queria que a decisão fosse antes da votação da mudança da meta. Se eles votassem a mudança da meta, eles ficariam com discurso político de que a meta já tinha sido votada.
Isso não reforça a tese de que o sr. forçou a mão do impeachment?
Eu já estava com a decisão tomada, posso comprovar. Era só uma questão de tempo. Quando eu vi que ia ter a mudança da meta, eu falei: ‘tem que ser antes’, se não você enfraqueceria.
Horas poderiam ter mudado o destino da presidente.
Não sei se poderia ter salvado, mas que efetivamente daria para eles uma desculpa, daria. O fato de ter votado não significa que ela não teria praticado crime. Mas era fundamental, na minha ótica, que essa decisão fosse feita antes da votação, para evitar um discurso político. Essa foi a razão pela qual eu soltei [o pedido] naquele dia. Não tem outra razão. E lhe digo mais. Eu não fiz chantagem. Fui eu que não aceitei a chantagem dela. Tenho três testemunhas que estavam na minha sala quando Jaques Wagner surgiu na linha do telefone tentando falar comigo. Ele dizia: ‘O PT quer votar com você. A gente faz tudo, não faça isso’. O [deputado] André Moura [PSC-SE] estava com Jaques Wagner na outra linha dizendo que ele estava insistindo para falar, e eu disse não falaria com ele.
Por que você não quis atender?
Porque já estava decidido. Não aceitei ser comprado com o voto do PT.
E se o governo não tivesse rompido com você?
Eu que rompi com o governo em 17 de julho. Quem rompeu com o governo fui eu. Eles tentaram várias vezes fazer acordo, várias vezes. Eles não tentaram só esse tipo de acordo.
Que outros?
A presidente, no dia em que eu estive com ela, em 1º de setembro, fui para uma audiência que ela convocou para falar de medidas e sei lá o quê. Ela disse que tinha cinco ministros do Supremo para poder me ajudar.
Ela disse isso? Em que contexto?
Disse isso. Ela não disse os nomes nem ajudar no que. Eu simplesmente ignorei. Teve uma outra oportunidade em que o governador [do Rio de Janeiro Luiz Fernando] Pezão, numa segunda-feira que eu estava aqui em Brasília, agosto ou setembro, simplesmente me telefonou porque precisava falar comigo urgente. Ele disse: ‘eu estava querendo ir almoçar com o Michel no Jaburu’. Eu disse: ‘Pezão, quer me encontrar lá?’. E ele foi. Chegando lá, pedi licença ao Michel eu fui para uma sala sozinho com ele, que veio com a mesma história de que ela tinha cinco ministros do Supremo para me ajudar.
Ajudar a te livrar [da denúncia na Lava Jato]?
Ajudar, mas não disse em quê.
Por que você não aceitou? Não denunciou?
Não é questão de aceitar. Eu não acredito nessas coisas. Eu não acredito que alguém possa ter cinco ministros do Supremo sob seu controle. Não existe isso, eu respeito a Suprema Corte e não entendo isso. Eu entendo isso como uma, digamos assim, como uma bravata. Concretamente, ela não disse o que ia fazer.
Acha mesmo que hoje alguém é capaz de influenciar a Lava Jato?
Não. Acho que tem seletividade. Me escolheram. Estão chegando a tal ponto que querem abrir inquérito contra pessoas que acham que são minhas aliadas. Chegaram nesse nível. O procurador-geral [da República Rodrigo Janot] resolveu me escolher como inimigo.
Para a Lava Jato, um de seus erros foi falar demais, dar versões diferentes sobre o requerimento aprovado…
Eu não falei nada. Eu tenho a prova de que o requerimento não foi feito no meu gabinete. Simples assim. Eu tenho a estação do computador que foi feito o requerimento. Isso tem prova técnica.
Isso foi feito onde?
Foi feito na Comissão de Constituição e Justiça. Eu digo a você. Quanto a isso, eu estou absolutamente tranquilo. O que estão fazendo, invadindo a prerrogativa do trabalho do parlamentar, é absurdo. Achar que o parlamentar não pode fazer o requerimento ou deixar de fazer. A ex-deputada Solange está sendo penalizada apenas para poder me atingir.
Está dizendo que o Ministério Público está com poder excessivo?
Tem que separar muito bem. Falo do procurador-geral da República, não da instituição, que tem de fazer o papel dela. Quando você pega decisão do meu afastamento, quase tudo é matéria jornalística.
O sr. vê diferença de tratamento com o presidente do Senado?
Eu deixo para vocês a conclusão. Instauraram um inquérito contra mim em março. A denúncia foi promovida sem concluir o inquérito com as oitivas que estavam programadas para serem feitas. Pedi adiamento de uma semana para dar tempo de o meu advogado distribuir memoriais e porque não estava completo o quórum daquele dia, um ministro [do STF] estava no exterior. Já um outro caso de três anos atrás foi apresentado e não teve pauta. Eu não tenho nada contra, não estou acusando ninguém, mas existe uma diferença [em relação a Renan], não há dúvida nenhuma que houve uma diferença. Só estou discutindo a celeridade em relação ao meu caso.
Qual sua relação com Lúcio Bolonha Funaro? Ele comprou carros para sua empresa
Eu não tive compra, eu tive mútuo. Totalmente colocado na contabilidade. Eles já quebraram o sigilo, têm a contabilidade. É que matéria probatória não é analisada nessa etapa inicial.
Teme ser preso?
Com muita sinceridade, eu estou muito tranquilo. Não posso temer nada, porque quem não faz nada não tem o que temer. Acho que as instituições têm que acabar funcionando para proteger os direitos.
Funcionaram até agora?
A novela inteira não passou, só capítulos.
E quando acaba?
Ah, é uma novela longa!
E a tese de que réu não pode presidir a Câmara dos Deputados?
O artigo 86 da Constituição é muito claro. Não posso ser processado por atos estranhos às minhas funções. E eles teriam de colocar prazo no meu afastamento, limitando-o a igual período da presidente da República, 180 dias. O terceiro agravante que existe é o que trata exclusivamente de quem está na função de presidente da República. Pergunto o seguinte: se hoje eu, réu de uma ação penal, resolvo ser candidato a presidente da República e, se o partido me der legenda, conseguiria registrar a minha candidatura? Registro. Não está no ficha limpa. No ficha limpa, só processos transitados em julgado em segunda instância. Se eu posso ser candidato a presidente da República, por que eu não posso exercê-la?
O sr. acha que o retoma o mandato?
Acho que retorno. Nós vamos produzir recursos, vamos conseguir convencer o Supremo.
Foi um erro capital de Dilma colocar um candidato para enfrentá-lo para a presidência da Câmara?
Esse governo é mais ou menos um avião quando cai. Não cai por um motivo só. O piloto está num mal dia, passa mal, tem falha mecânica, falha de planejamento, a comunicação com as torres está errada. O governo errou na campanha eleitoral. Ganhou com um discurso fraudulento. A presidente mentiu à nação, ganhou sem hegemonia eleitoral e com uma base partidária em frangalhos. Ainda por cima, eles tinham uns gênios da articulação politica. Tentaram dar um tchau, PMDB. Aquilo foi apenas uma etapa, não é razão. Se você fizer uma análise fria, os votos que o candidato do PT teve contra mim foram os votos para evitar o impeachment. Ela não agregou nada. Uma articulação política “organizações tabajara”. Eu me lembro muito bem de uma frase: as duas coisas orgânicas que existiam no Congresso eles estavam querendo jogar fora –o PMDB e a CNB [corrente majoritária] do PT. Ela errou na escolha do ministro da Fazenda, ou escolheu direito e o enfraqueceu na própria ação. Ela teve oportunidades para poder dar uma resposta e ter mudado. Porque, quando a economia vai bem, tudo vai bem. Quando a economia vai mal, todo o resto acaba indo mal.
Se o sr. não existisse, não haveria o impeachment.
Aí, minha querida, Deus que me colocou lá.
Deus queria o impeachment de Dilma?
Não sei, nada acontece se não for pela vontade de Deus.
Foi abandonado por Michel Temer desde seu afastamento?
Eu estive com ele já, tenho falado com ele quase constantemente, não tenho nenhum problema. Não há o que cobrar. Cobrar o quê? Você tem uma situação inusitada, porque a decisão não foi dele, não foi ele que agiu pra isso. Eu estou sofrendo muito mais uma ação orquestrada dos adversários desse processo de impeachment do que necessariamente dos fatos que acontecem.
O grupo de Temer acha que sua saída descontamina a imagem dele.
Tem sempre as fofocas e aqueles que querem ocupar os espaços que porventura acham que vai ter concorrente. Não é a visão do Michel. Não tenho sinal nenhum em relação a isso.
O sr. cobrou que Temer cumprisse acordos firmados antes da votação do impeachment.
Não só eu, eles cobraram mesmo. O Michel conversava com os partidos, não só eu falava, não. Eu participei de muitas conversas e de muitos debates, não é que cobrei, eu não preciso cobrar o Michel pra ele cumprir os acordos. Ele sabe os acordos que ele tem que fazer ou não pra ter sua base política.
Ele descumpriu vários.
Mas aí quem teve o acordo descumprido que reclame com ele, não sou eu. Se é que aconteceu isso.
Acha correto oferecer cargo pra votar no impeachment?
Ele não ofereceu cargo pra votar no impeachment. Quem ofereceu pra votar contra o impeachment foi a presidente da República.
Temer também.
Não, com Michel foi outra coisa.
Agora ele é cobrado a pagar a conta…
Ele está sendo cobrado da participação dos partidos que desprezaram as ofertas fisiológicas e optaram pela solução de resolver o problema do país.
Não é mais justo dizer que recusaram as ofertas fisiológicas de Dilma e aceitaram as ofertas fisiológicas de Temer?
Não, até porque o Michel não tinha o que ofertar. Quem tinha a caneta, quem publicava os Diários Oficiais gordos com nomeações e demissões era a Dilma, não o Michel.
Se o sr. tivesse diante da Dilma agora, o que diria a ela?
Tchau, querida [risos].
O grupo de Temer o vê por trás da anulação do impeachment por Waldir Maranhão.
Isso é brincadeira, só pode ser uma piada. Eu não teria conduzido esse processo do jeito que conduzi para chegar ao fim e fazer uma lambança dessa natureza. O que o ministro da Justiça, o governador do Maranhão e a presidente da República fizeram é obstrução à Justiça. Só isso já valeria um pedido de impeachment. Se chegasse nas minhas mãos um pedido com essa argumentação, eu abriria.
Maranhão agiu junto, merece o impeachment?
Não cabe. Ele está no exercício do mandato, tem o poder de conceder decisões. Posso discordar, achar que é absurda, antirregimental, irresponsável, mas ele tem o poder.
Sua renúncia forçaria uma eleição nova na presidência. Se o Waldir Maranhão estiver atrapalhando o governo de Temer…
Eu não vou renunciar.
Ainda que ajude Temer?
Não está em jogo eu renunciar para poder facilitar ou dificultar quem quer que seja. Eu estou no meu direito, eu fui eleito. Eu vou exercer minha defesa. A Constituição só prevê uma medida cautelar para parlamentar: a prisão em flagrante, que precisa ser submetida ao plenário da Casa. Para o afastamento, o STF aplicou isonomia. Delcídio foi preso em flagrante e não foi suspenso seu mandato. Uma suspensão sem prazo. Até quando, por que motivo? É uma cassação branca do meu mandato! Do mandato de deputado. Estou sofrendo uma cassação branca.
Incomoda ter sido afastado antes de Dilma?
Não estou fazendo competição de afastamento.
Não foi alertado de que, se prosseguisse com o impeachment, seria o próximo a cair?
Não tenho dúvida nenhuma de que, quando você parte pra esse tipo de enfrentamento, a gente acaba prejudicando. Recebi ameaças de morte. Mas se há uma coisa que não tenho na política é medo. Faço o que considero correto. Eu sabia, tinha absoluta convicção de que quem entra numa guerra vai tomar tiro também, isso é normal.
Aliados já decretaram sua morte política.
Não morri nem pretendo morrer. Ou não estaria aqui falando com vocês.
Como um dos mais poderosos presidentes da Câmara foi tão rápido do apogeu ao chão?
Eu cumpri 60% do meu mandato. A Dilma não chegou à metade.
Atribuem sua influência ao fato de financiar a campanha junto a empresários de mais de cem deputados.
Isso é balela! A história real eu já cansei de falar. O que eu fiz, e sempre fiz, foi ajudar o meu partido na obtenção de recursos na campanha eleitoral. De outros partidos, negativo. Só o meu partido.
O que o Michel Temer ofereceu?
Nada. Michel nunca me pediu para dar curso a processo de impeachment nem nunca me ofereceu nada.






Semiótica, entrelinhas e verdades


Marcos Nicolau2 Daniel Abath3 Pablo Cézar Laranjeira4 Társila Moscoso5 Thiago Marinho6 Vítor Nicolau7
Resumo A utilização da Teoria Semiótica de Peirce ainda tem sido vista como um “bicho de sete cabeças” para muitos alunos de graduação e pós-graduação da área de Comunicação. Talvez porque sua parte teórica envolve muitas nomenclaturas complicadas que se entrecruzam ou porque os estudos se limitam apenas à parte restrita da Gramática especulativa dos signos icônicos, indiciais e simbólicos sem um arcabouço maior. Mas, a dimensão da Semiótica peirceana pode ser compreendida a partir da sua concepção mais geral até a aplicação da Retórica especulativa ou Metodêutica para estudos dos fenômenos da Comunicação. Este estudo propõe uma introdução aos aspectos gerais da Semiótica, mesmo diante dos riscos de simplificação de alguns aspectos da teoria.




A semiótica serve para analisar as relações entre uma coisa e seu significado.





Depois de algumas aulas de Semiótica da Informação, no curso deGestão da Informaçãoda UFPR, comecei a entender melhor esse negócio de semiótica. Até então pensava que não passava de uma disciplina filosófica, sem aplicação prática. A semiótica oferece ferramentas que podem ser muito úteis na análise de interfaces. Explico melhor:
[ Atualização ] A leitora Caroline Esser fez a gentileza de transcrever o áudio acima.Afinal, o que é Semiótica? [PDF]
Livros indicados








A semiótica provém da raiz grega ‘semeion’, que denota signo. Assim, desta mesma fonte, temos ‘semeiotiké’, ‘a arte dos sinais’. Esta esfera do conhecimento existe há um longo tempo, e revela as formas como o indivíduo dá significado a tudo que o cerca. Ela é, portanto, a ciência que estuda os signos e todas as linguagens e acontecimentos culturais como se fossem fenômenos produtores de significado, neste sentido define a semiose.
Ela lida com os conceitos, as idéias, estuda como estes mecanismos de significação se processam natural e culturalmente. Ao contrário da lingüística, a semiótica não reduz suas pesquisas ao campo verbal, expandindo-o para qualquer sistema de signos – Artes visuais, Música, Fotografia, Cinema, Moda, Gestos, Religião, entre outros.
O conhecimento tem um duplo aspecto. Seu ponto de vista semiótico refere-se ao significante, enquanto o epistemológico está conectado ao sentido dos objetos. A origem da semiótica remonta à Grécia Antiga, assim sendo ela é contemporânea do nascimento da filosofia. Porém, mais recentemente é que se expressaram os mestres conhecidos como pais desta disciplina. Em princípios do século XX vieram à luz as pesquisas de Ferdinand de Saussure e C. S. Peirce, é então que este campo do saber ganha sua independência e se torna uma ciência.
A Semiótica de Peirce não é considerada um ramo do conhecimento aplicado, mas sim um saber abstrato e formal, generalizado. Segundo este autor, as pessoas exprimem o contexto à sua volta através de uma tríade, qual seja, Primeiridade, Segundidade e Terceiridade, alicerces de sua teoria. Levando em conta tudo que se oferece ao nosso conhecimento, exigindo de nós a constatação de sua existência, e tentando distinguir o pensamento do do ato de pensar racional, ele chegou à conclusão de que toda experiência é percebida pela consciência aos poucos, em três etapas. São elas: qualidade, relação – posteriormente substituída por Reação - e representação, trocada depois por Mediação.
Peirce preferiu, porém, por critérios científicos, usar os termos acima citados, Primeiridade, Segundidade e Terceiridade. A primeira qualidade percebida pela consciência é uma sensação não visível, tênue. É tudo que imprime graça e um colorido delicado ao nosso consciente, aquilo que é presente, imediato, o entendimento superficial de algo. O segundo atributo é a percepção dos eventos exteriores, da matéria, da realidade concreta, na qual estamos constantemente em interação. É a compreensão mais profunda dos significados.
A terceiridade refere-se ao estrato inteligível da experiência, aos significados dos signos, à esfera da representação e da simbolização. Neste âmbito se realiza a elaboração intelectual, a junção dos dois primeiros aspectos à sua vivência, ou seja, ela confere à estruturação dos dois primeiros elementos em uma oração o contexto pessoal necessário.
Peirce também identifica três tipos de signos: o ícone, elo afetivo entre o signo e o objeto em si, como a pintura, a fotografia, etc.; o índice, a representação de um legado cultural ou de uma vivência pessoal obtida ao longo da vida, o que leva imediatamente à compreensão de um sinal, o qual se associa a esta experiência ou conhecimento ancestral – exemplo: onde há fumaça (indício causal), há fogo (conclusão a partir do sinal visualizado) -; e o símbolo, associação arbitrária entre o signo e o objeto representado.
Outro autor importante, Ferdinad de Saussure, é conhecido como pai da Semiose. Para ele, a mera realidade sígnica justifica a existência de um ramo do conhecimento que estude os signos na sua relação com o contexto social. Diferentemente de Peirce, ele não confunde o universo da simbolização e o da vida real. Segundo Saussure, os signos, inerentes ao mundo da representação, são constituídos por um significante, sua parte material, e pelo significado, sua esfera conceitual, mental. Já o referente – que Peirce chama de objeto – está inserido na esfera da realidade.
Arquivado em: Filosofia




Significado de Semiótica Por Dicionário inFormal (SP) em 28-03-2011
A Semiótica é a ciência que tem por objeto de investigação todas as linguagens possíveis, ou seja, que tem por objetivo o exame dos modos de constituição de todo e qualquer fenômeno de produção de significação e de sentido.




Semiótica Para Todos (o que é semiótica)



O que é Semiótica?



Significado de Entrelinhas Por lyli (BA) em 01-08-2013

Significa compreender uma mensagem não explicita na frase ou fala.
É como se você dissesse uma coisa com palavras que não dizem isso explicitamente, mas se você "ler nasentrelinhas" vai ver o sentido disso.
Inferências são processos que nos fazem interpretar um texto, entender as entrelinhas.




O que é Verdade:
Verdade significa aquilo que está intimamente ligado a tudo que é sincero, que é verdadeiro, é a ausência da mentira.
Verdade é também a afirmação do que é correto, do que é seguramente o certo e está dentro da realidade apresentada.
A verdade é muitas vezes desacreditada e o ceticismo é a descrença ou incredulidade da verdade. Aquele indivíduo que tem predisposição constante para duvidar da verdade é chamado de cético.
Quando pessoas ou grupos tentam provar que se interessam por assuntos, mas na verdade não gostam, ou não entendem, são chamados de pseudo, ou seja que não são verdadeiros. Ex: pseudocatólico, pseudo-intelectual, pseudo-canônico etc.
A verdade dos fatos exerce grande importância no julgamento da ações humanas. Quando uma verdade deixa dúvidas, é imprescindível verificar sua veracidade, que podem ou não incriminar um indivíduo.
Uma verdade pode ser demonstrada sem ser reconhecida como verdadeira, por não ser muito clara. Diz-se que é um postulado, pois precisa ainda de comprovações para se chegar a real verdade.
A verdade é relativa, pois alguns fatos podem ter sido verdade no passado e não serem mais verdade no futuro. Ex: No passado as pessoas consideravam ser verdade que o planeta Terra era plano. A verdade também pode ser verdade para algumas pessoas e para outras não, depende da perspectiva de cada um.
A verdade absoluta é aquela que é verdade todo o tempo e em todos os lugares. O que é verdade para uma pessoa é verdade para todos. Ex: Todos precisam de ar para respirar. As pessoas não podem viver ao mesmo tempo no passado e no futuro.
Verdade e filosofia
Uma das características do ser humano é a busca permanente pela verdade, é o desejo de comprovar a veracidade dos fatos e de distinguir o verdadeiro do falso e que frequentemente nos coloca dúvidas no que nos foi ensinado. A busca pela verdade surge logo na infância e ao longo da vida, estamos sempre questionando as verdades estabelecidas pela sociedade e a filosofia tem na investigação da verdade o seu maior valor.



Somos joio ou trigo na gleba que andamos.
Já choramos, sorrimos, nos dois extremos:
Porque parte da vida é o que plantamos;
porém a outra parte é o que nós colhemos.

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