sábado, 16 de julho de 2016

Memórias tangenciais de astros da cultura em mutação

No Brasil, os índios ocupam o último lugar na escala social. São os mais invisíveis dos invisíveis, os mais discriminados entre os discriminados, os mais ultrajados entre os ultrajados. Estão mortos, antes mesmo de morrer. Luiz Ruffato



Suas Memórias do cárcere pertencem ao reduzido rol de obras que atravessarão os tempos porque a arte da escrita reforçou imensamente a pungência intrínseca aos episódios e às circunstâncias expostas pelo autor e por ele padecidas. Jacob Gorener


Jacob Gorender


Print version ISSN 0103-4014
On-line version ISSN 1806-9592
Estud. av. vol.9 no.23 São Paulo Jan./Apr. 1995
http://dx.doi.org/10.1590/S0103-40141995000100021 
HISTÓRIA E LITERATURA






Após ter dirigido a política brasileira durante 13 anos, o PT está se convertendo em um partido minoritário e até marginal






Ao EL PAÍS, presidenta afastada chama Michel Temer e aliados de "horda de hunos"
Petista, falando no Alvorada, volta a acenar com plebiscito sobre novas eleições




O Brasil, país racista e preconceituoso, sempre demonstrou profundo desprezo pelos povos indígenas






Estamos em face do colapso do sistema partidário, atingido falência representativa e renúncia a qualquer ordem de opção ideológica ou programática
por Roberto Amaral — publicado 15/07/2016 11h50, última modificação 15/07/2016 11h59





Senhor Hermes Lima,
Nascido na Bahia, estava à vossa espera nesta Casa a Cadeira que parece especialmente reservada aos vossos conterrâneos. Patrocinada por Castro Alves, foi um de seus ocupantes Euclides da Cunha, filho de baiano, ao qual sucedeu Afrânio Peixoto, representante característico da poliforme inteligência de vossa terra. A Afrânio substituiu Afonso Pena Júnior, mineiro ilustre, cujo magnífico perfil, como homem e escritor, acabais de traçar com mestria, e ele frequentemente declarava dever grande parte da felicidade de sua vida ao seu matrimônio com uma baiana.






A partir do diálogo que Silviano Santiago estabelece com Graciliano Ramos, um dos mais célebres escritores brasileiros, este artigo trabalha em paralelo tanto o livro de Santiago, Em Liberdade, escrito às vésperas do final da ditadura militar brasileira (1964-1985), como o de Ramos, Memórias do Cárcere. Através de um mergulho em ambos os textos, perseguimos a constante hesitação de Graciliano Ramos em rememorar seu tempo de prisão durante a ditadura do Estado Novo (1937-1945). Nesta hesitação, relembramos os compromissos assumidos pelo Partido Comunista brasileiro, especialmente em relação aos processos de transformação social e das mazelas estruturais do capitalismo em tempos de ditadura e de Guerra Fria.

Mal estar de escrever: memórias de cárcere em tempos de ditadura e de Guerra Fria

Elizabeth Cancelli1
 

Começamos oprimidos pela sintaxe e acabamos às voltas com a Delegacia de Ordem Política e Social, mas, nos estreitos limites a que nos coagem a gramática e a lei, ainda nos podemos mexer. (Graciliano Ramos)

 1 A autora é professora do Departamento de História da Universidade de São Paulo (USP). Esta pesquisa contou com financiamento do CNPq e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.




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