sábado, 8 de outubro de 2016

Extremo ou Estremo?

DA AÇÃO DE DIVISÃO E DA DEMARCAÇÃO DE TERRAS PARTICULARES


Art. 569, CPC/2015.  Cabe:
I - ao proprietário a ação de demarcação, para obrigar o seu confinante a estremar os respectivos prédios, fixando-se novos limites entre eles ou aviventando-se os já apagados;
II - ao condômino a ação de divisão, para obrigar os demais consortes a estremar os quinhões.












Estremar ou extremar na política?


Na conjugação, com mesma sonoridade, o s de estremar em busca da soma delimitando e respeitando as diferenças; o x de extremar em busca da contenda e da oposição implacável do versus presente avassalador em todas as suas formas verbais.


Nas rimas idênticas palavras com igual sonoridade.


Um dos anagramas de estremar é sem terra.


Não há sem terra como anagrama de extremar...








Significado de Estremar
v.t.Demarcar com estremas; delimitar, demarcar.Separar, dividir, apartar.[Figurado] Discernir, escolher, distinguir: estremar uma coisa de outra.


Significado de Extremar
v.t.Destacar (algo ou alguém) para exaltá-lo ou enaltecê-lo.v.pr.Distinguir-se; assinalar-se entre muitos.


Sinônimos de Estremar
Estremar é sinônimo de: escolherdividirdistinguirdelimitar,demarcarapartarseparar


Sinônimos de Extremar
Extremar é sinônimo de: exaltarenaltecerdistinguirlimitar,demarcarcaprichardesigualar


Definição de Estremar
Classe gramatical: verbo pronominal, verbo transitivo direto e verbo transitivo direto e indireto
Tipo do verbo estremar: regular
Separação das sílabas: es-tre-mar


Definição de Extremar
Classe gramatical: verbo pronominal e verbo transitivo direto
Tipo do verbo extremar: regular
Separação das sílabas: ex-tre-mar


Há que extremar a vigilância da democracia.

Extremar os recursos necessários para assegurar o progresso social.


E extremar as precauções para evitar que as informações obtidas por institutos de pesquisa sejam usados indevidamente.


Dúvidas de Português > Estremo ou extremo

As palavras extremo e estremo existem na língua portuguesa e estão corretas. Porém, seus significados são diferentes e devem ser usadas em situações diferentes. Ambas são formas verbais conjugadas na 1ª pessoa do singular do presente do indicativo. Estremo é a forma conjugada do verbo estremar, sinônimo de delimitar, dividir, balizar. Extremo é a forma conjugada do verbo extremar, sinônimo de exaltar, enaltecer, notabilizar. A palavra extremo pode ser ainda um adjetivo, sinônimo de remoto, intenso, grave, derradeiro e radical ou um substantivo masculino, sinônimo de extremidade, exageros e cuidados excessivos.

Exemplos:
Facilmente, eu estremo o bom do mau. (verbo estremar)
Eu me extremo sempre que defendo meus pontos de vista. (verbo extremar)
O país está chegando num nível extremo de pobreza. (adjetivo)
Cuidado para não cair em extremos! (substantivo)

Estremo é a forma conjugada do verbo estremar na 1ª pessoa do singular do presente do indicativo. O verbo estremar é formado a partir de derivação sufixal, ou seja, é acrescentado o sufixo verbal –ar à palavra estrema: estrema + -ar, devendo assim ser escrito com s na primeira sílaba. Este verbo se refere, principalmente, ao ato de demarcar espaços com sulcos na terra, ou seja, delimitar, dividir, balizar. Pode significar ainda o ato de separar escolhendo, de fazer distinções, de compreender o que antes era confuso, de encaminhar alguém para alguma coisa, de fazer nova compilação de textos ou música e de se tornar notável. Assim, é sinônimo de limitar, selecionar, distinguir, entender, remeter, recompilar, destacar-se, entre outros.

Presente do indicativo do verbo estremar:
(Eu) estremo
(Tu) estremas
(Ele) estrema
(Nós) estremamos
(Vós) estremais
(Eles) estremam

Exemplos:
É hoje que eu estremo um sulco divisório entre nossos terrenos.

Extremo pode ser a forma conjugada do verbo extremar na 1ª pessoa do singular do presente do indicativo. O verbo extremar é também formado a partir de derivação sufixal, onde é acrescentado o sufixo verbal –ar à palavra extremo: extremo + -ar, devendo assim ser escrito com x na primeira sílaba. Este verbo se refere, principalmente, ao ato de fazer chegar ao extremo ou ao máximo, exaltando, enaltecendo, notabilizando. Pode significar ainda o ato de praticar alguma coisa em grande escala, de forma exagerada e desmedida, bem como significar também o ato de resumir, condensar e sintetizar alguma informação. Assim, é sinônimo de sublimar, distinguir, exceder-se, descomedir-se, condensar, compendiar, entre outros.

Presente do indicativo do verbo extremar:
(Eu) extremo
(Tu) extremas
(Ele) extrema
(Nós) extremamos
(Vós) extremais
(Eles) extremam

Exemplos:
Sempre que eu esbanjo meu dinheiro, eu extremo a desigualdade social existente na sociedade.

Extremo pode ser também um substantivo masculino ou um adjetivo. Tem sua origem na palavra em latim extremu, devendo assim ser escrito com x na primeira sílaba. Refere-se a alguma coisa que se localiza num limite ou que é o último, o derradeiro. Pode significar também algo que se manifesta com intensidade ou que atinge um grau máximo, um auge. No plural, significa cuidados excessivos ou exageros.

Exemplo:
Nós iremos escalar esta montanha até chegarmos ao seu ponto mais extremo.
Extremos de mãe não fazem mal a ninguém.

As palavras estremo e extremo apresentam a mesma fonética, ou seja, são pronunciadas de forma igual, mas seus significados e escritas são diferentes. A este tipo de palavras chamamos palavras homófonas. Na língua portuguesa, existem diversas palavras homófonas: estremar/extremar, consertar/concertar, cela/sela, sinto/cinto, cozer/coser, acento/assento,…
Palavras Relacionadas: estremarextremarextremo.






Ação Demarcatória de Terras Particulares



Terra Roxa

Tião Carreiro & Pardinho


Posted on 30 de março de 2016 by elrolf







I
Não há como compreender o Breve Século XX sem a guerra mundial. Ele viveu e pensou em termos de guerra mundial. Em 1914, não havia grande guerra fazia um século. Além disso, media-se a extensão da guerra em meses, ou mesmo semanas.
Tudo isso mudou em 1914. A Primeira Guerra Mundial envolveu todas as grandes potências (Grã-Bretanha; França; Rússia; Áustria-Hungria; Alemanha; Itália; os EUA e o Japão). A Segunda Guerra Mundial foi global: quase todo o globo foi beligerante ou ocupado, ou as duas coisas juntas.
A Primeira Guerra Mundial começou entre a tríplice aliança de França, Grã-Bretanha e Rússia, de um lado, e as chamadas “Potências Centrais”, Alemanha e Áustria-Hungria, do outro.
Por que a Primeira Guerra Mundial foi travada pelas principais potências dos dois lados como uma guerra que só podia ser vencida por inteiro ou perdida por inteiro? O motivo era que essa guerra, ao contrário das anteriores, tratava-se por metas ilimitadas: a Alemanha queria uma política e posição marítima globais como as que então ocupava a Grã-Bretanha. A França queria compensar sua crescente inferioridade demográfica e econômica frente à Alemanha.
Isso arruinou vencedores e vencidos. A Grã-Bretanha arruinara sua economia travando uma guerra que ia muito além de seus recursos. Além disso, a vitória total, ratificada por uma paz punitiva, arruinou as escassas possibilidades existentes de restaurar uma Europa estável.
Impôs-se à Alemanha uma paz punitiva, justificada pelo argumento de que o Estado era o único responsável pela guerra e todas as suas consequências, para mantê-la permanentemente enfraquecida. Quanto ao mecanismo para impedir outra guerra mundial, foi criada uma “Liga de Nações”, que solucionasse pacífica e democraticamente os problemas antes que se descontrolassem, que se revelou um quase total fracasso. A recusa dos Japão a juntar-se à Liga das Nações privou-a de qualquer significado real.
Duas grandes potências mundiais estavam temporariamente não apenas eliminadas do jogo internacional, mas tidas como não existindo como jogadores independentes – a Alemanha e a Rússia soviética (para tornar o mundo seguro contra o bolchevismo, um imã para forças revolucionárias de todas as partes). Qualquer pequena chance que tivesse a paz foi torpedeada pela recusa das potências vitoriosas a reintegrar as vencidas.
Em meados da década de 1920, a economia mundial mergulhou na maior crise que conhecera desde a Revolução Industrial. E isso levou ao poder, na Alemanha e no Japão, as forças políticas do militarismo e da extrema direita, empenhadas num rompimento deliberado com o “status quo”. Uma nova guerra mundial era não apenas previsível, mas rotineiramente prevista.
II
As origens da Segunda Guerra Mundial produziram uma literatura histórica incomparavelmente menor sobre suas causas do que as da Primeira Guerra, e por um motivo óbvio. Nenhum historiador sério jamais duvidou de que a Alemanha, Japão e (mais hesitante) a Itália foram os agressores.
A guerra começou em 1939, depois que a Alemanha entrou na Polônia, que foi derrotada e dividida com a URSS, como uma guerra puramente europeia ocidental de Alemanha contra Grã-Bretanha e França. A guerra foi revivida pela invasão da URSS por Hitler em 22 de junho de 1941. Para Hitler, a conquista de um vasto império territorial oriental, rico em recursos e trabalho escravo, era o próximo passo lógico.
Enquanto isso a guerra se tornara de fato global. O triunfo de Hitler na Europa deixou um vácuo imperial parcial no Sudeste Asiático, no qual o Japão então entrou, afirmando um protetorado sobre as desamparadas relíquias dos franceses na Indochina. Os EUA encararam essa extensão do poder do Eixo no Sudeste Asiático como intolerável, e aplicaram severa pressão econômica sobre o Japão. O ataque japonês a Pearl Harbor em 7 de dezembro de 1941 tornou a guerra mundial. Hitler, já inteiramente esgotado na Rússia, declarou gratuitamente guerra aos EUA, dando assim ao governo de Roosevelt a oportunidade de entrar no conflito sem enfrentar resistência política em casa.
A resistência alemã se mostrou muito dura de vencer. No Leste, a determinação do Japão de lutar até o fim foi o motivo pelo qual se lançaram armas nucleares sobre Hiroxima e Nagasaki, para assegurar uma rápida rendição japonesa.
Mais ainda que a Grande Guerra, a Segunda Guerra Mundial foi portanto travada até o fim, sem ideias sérias de acordo em nenhum dos lados.
III
De 1914 em diante, as guerras foram inquestionavelmente guerras de massa. Um tal nível de mobilização, durante anos, não pode ser mantido, a não ser por uma economia industrializada de alta produtividade e em grande parte nas mãos de setores não combatentes da população.
As guerras do século XX foram guerras de massa também no sentido de que usaram, e destruíram, quantidades até então inconcebíveis de produtos durante a luta. A guerra em massa exigia produção em massa. Mas a produção também exigia organização e administração. A guerra total era o maior empreendimento até então conhecido do homem.
A guerra promoveu o crescimento econômico? Num certo sentido, não. As perdas de recursos produtivos foram pesadas, sem contar a queda no contingente da população ativa. Por outro lado, as guerras foram visivelmente boas para a economia dos EUA. Em ambas os EUA se beneficiaram do fato de estarem distantes da luta e serem o principal arsenal de seus aliados, e da capacidade de sua economia de organizar a expansão da produção de modo mais eficiente que qualquer outro. É provável que o efeito econômico mais duradouro das duas guerras tenha sido dar à economia dos EUA uma preponderância global sobre todo o Breve Século XX.
IV
Falta avaliar o impacto humano da era de guerras, e seus custos humanos. O volume de baixas é apenas parte destes. Depois de 1945, voltamos a acostumar-nos ao uso da tortura em pelo menos um terço dos Estados membros das Nações Unidas, incluindo alguns dos mais velhos e civilizados.
Um motivo importante para o aumento da brutalização foi a estranha democratização da guerra. Os conflitos totais viraram “guerras populares”, tanto porque os civis e a vida civil se tornaram os alvos estratégicos certos, quanto porque nenhuma guerra em que se mobilizam os sentimentos nacionais de massa pode ser tão limitada quanto as guerras aristocráticas.
Outro motivo, porém, era a nova impessoalidade da guerra. A tecnologia tornava suas vítimas invisíveis. Embaixo dos bombardeios aéreos estavam não as pessoas que iam ser queimadas e evisceradas, mas somente alvos.
A Primeira e a Segunda Guerra foram episódios de carnificina sem paralelos. No entanto, são impressionantes as diferenças. A Primeira Guerra Mundial não resolveu nada. As esperanças que gerou – de um mundo pacífico e democrático de Estados-nação; de um retorno à economia mundial de 1913; mesmo (entre os que saudaram a Revolução Russa) de capitalismo mundial derrubado por um levante dos oprimidos – logo foram frustradas.
A Segunda Guerra Mundial trouxe soluções, pelo menos por décadas. A economia do mundo ocidental entrou em sua Era de Ouro; a democracia política ocidental ficou estável; baniu-se a guerra para o Terceiro Mundo. Até mesmo a revolução pareceu ter encontrado seu caminho para a frente. Os velhos impérios coloniais desapareceram ou logo estariam destinados a desaparecer. Um consórcio de Estados comunistas parecia disposto a competir na corrida pelo crescimento econômico com o Ocidente. Ao contrário da Grande Guerra, os ex-inimigos – Alemanha e Japão – se reintegraram na economia mundial (ocidental), e os novos inimigos – os EUA e a URSS – jamais foram realmente às vias de fato.

Bibliografia:
HOBSBAWM, Eric J. Era dos extremos: o breve século XX: 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.




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