terça-feira, 20 de dezembro de 2016

LAVA JATO NO STF

Tesouro de Janot na sala cofre de Cármen Lúcia e Teori


Higienização no cofre do STF


A volta do sujismundo em 2017?



3Quem pode subir ao monte do SENHOR? Quem pode ficar de pé no seu santo lugar? 4Aquele que tem as mãos limpas e o coração puro, e não se entrega à mentira, nem age com falsidade. 5Este receberá do SENHOR a bênção, e Deus, o seu Salvador, lhe fará justiça.…


Edição do dia 20/12/2016
20/12/2016 09h43 - Atualizado em 20/12/2016 09h43
STF recebe os 800 depoimentos das delações de executivos da Odebrecht
Apesar do recesso, equipe vai trabalhar em janeiro para analisar os documentos que estão em sala-cofre, montada no Supremo.


Assista à reportagem completa no vídeo abaixo.


http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/edicoes/2016/12/20.html#!v/5524939


Já estão no STF os 800 depoimentos de executivos e ex-executivos da Odebrecht.
Apesar do recesso, uma equipe vai trabalhar em janeiro para analisar os documentos. E trabalhar em ritmo acelerado para concluir a análise dos documentos o quanto antes.
O material foi entregue na véspera do recesso do Judiciário e agora será analisado pelo ministro Teori Zavascki.
Os documentos estão numa sala-cofre, montada no Supremo para garantir o sigilo das informações.
Todos os políticos citados, incluindo o presidente Michel Temer, negam irregularidades e dizem que todo o dinheiro recebido foi declarado à Justiça Eleitoral.



Edição do dia 19/12/2016
19/12/2016 21h19 - Atualizado em 19/12/2016 21h19
STF recebe depoimentos da delação de 77 executivos da Odebrecht
Supremo montou sala-cofre para garantir o sigilo das informações.
Teori elaborou esquema para que juízes e técnicos trabalhem no recesso.



Assista à reportagem completa no vídeo abaixo.


 http://g1.globo.com/jornal-nacional/edicoes/2016/12/19.html#!v/5524401


Supremo Tribunal Federal recebeu nesta segunda-feira (19) da Procuradoria-Geral da República os acordos de delação premiada com os depoimentos de 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht, que citam dezenas de políticos de vários partidos.

Conforme o Jornal Nacional antecipou no sábado (17), tudo foi entregue na véspera do recesso do Judiciário e agora vai ser analisado pelo ministro Teori Zavascki. São tantos documentos que uma sala-cofre foi montada no Supremo para garantir o sigilo das informações.
A entrega foi discreta. Nem cinegrafistas nem fotógrafos registraram o momento em que um funcionário da Procuradoria-Geral da República levou a documentação que foi recebida por uma servidora do Supremo Tribunal Federal.

Como o Jornal Nacional antecipou no sábado (17), tudo foi guardado em uma sala-cofre, no 3º andar do prédio do STF; uma sala sem janelas, no interior do prédio, próxima ao gabinete da presidência do Supremo. A sala tem uma mesa grande de trabalho e os processos ficam ao redor, empilhados em prateleiras. Só a presidente 
Cármen Lúcia, o ministro Teori Zavaski e a equipe dele têm a chave da sala.

Essa equipe, aliás, já está trabalhando no cadastro de cada papel que será inserido no Sistema de Acompanhamento Processual do tribunal onde vão constar como ''sigilosos''. São 800 depoimentos prestados pelos 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht que assinaram acordos de delação com a Lava Jato. O número de depoimentos é alto porque cada delator foi ouvido mais de uma vez pelos procuradores.

Em um dos acordos de delação a que a TV Globo teve acesso, o ex-executivo da Odebrecht Cláudio Melo Filho envolve dezenas de políticos, de vários partidos, inclusive o presidente 
Michel Temer. O ex-diretor de Relações Institucionais da empresa diz que Temer, então vice-presidente da República, pediu R$ 10 milhões diretamente a Marcelo Odebrecht, em um jantar no Palácio do Jaburu, em Brasília.

Cláudio Melo Filho afirma que R$ 6 milhões foram para a campanha de Paulo Skaf, do PMDB, ao governo de São Paulo em 2014, e os outros R$ 4 milhões, segundo o acordo de delação, ficaram sob responsabilidade de Eliseu Padilha, atual ministro do governo Temer, para ser distribuído.

Ainda segundo Cláudio, um dos endereços para entrega dos R$ 4 milhões destinados a Padilha foi o escritório de advocacia de José Yunes, em São Paulo, o que dá a entender que o repasse foi em dinheiro vivo. Yunes pediu demissão do governo, onde ocupava o cargo de assessor especial da Presidência da República no Palácio do Planalto, depois que as informações deste acordo de delação se tornaram públicas.

Todo o material foi entregue pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo apenas um dia antes do recesso, o que é considerado atípico. Para que não fique parado até fevereiro, o ministro Teori, com a ajuda da presidente do Supremo, Carmem Lúcia, montou nesta segunda-feira (19), às pressas, um esquema para que juízes auxiliares e técnicos trabalhem em janeiro. O esforço é para que em fevereiro de 2017, quando o Supremo retornar ao trabalho, o ministro Teori já possa definir nos primeiros dias os acordos que serão homologados, ou seja, aceitos ou não.

Como manda a lei, nessa fase do processo o ministro relator não analisa o conteúdo dos depoimentos, apenas verifica os aspectos formais do acordo. Por exemplo, se foi respeitado o direito de defesa, se não houve coação e se a redução de pena prometida ao colaborador está de acordo com a lei. Se achar que em algum dos 77 acordos falta informação ou se algo contraria a lei, o ministro pode devolver o acordo para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para complementação. Só depois da homologação é que o procurador-geral decide o que deve ser investigado.

Nesta segunda, na saída da última sessão do ano no STF, o ministro Teori Zavaski comentou sobre o trabalho que terá pela frente, e fez referência ao fato de que material tão extenso chegou ao Supremo apenas um dia antes do recesso.

“Não examinei ainda esse material que vem, vou examinar. Mas vamos seguir aquilo que a lei manda. Em face dessa excepcionalidade, nós vamos trabalhar”, disse.

A homologação deve ser só agora a partir de fevereiro?

“Quando estiver pronto”.

Teori disse que a equipe dele dá conta, mas se precisar pode contar com reforço para analisar o material. E fez questão de salientar que seu gabinete tem nenhum processo parado.

“Eu tenho em torno de 100 inquéritos sobre matéria penal no meu gabinete. Eu não tenho nada atrasado, porque essa fase de investigação é uma fase que depende muito mais do Ministério Público e da polícia do que dos juízes. Claro que eu tenho volume grande de trabalho e eu tenho volume de trabalho especialmente quando tem denúncias oferecidas e eventualmente quando vêm pedidos de medidas cautelares etc. Mas meu trabalho está em dia. E o tribunal tem me proporcionado todo o material humano, enfim, que eu preciso para isso. Eu vou, eu não tenho essa dificuldade. Se precisar, eu vou utilizar mais gente”, afirmou o ministro.

O ministro disse que vai dar ritmo normal ao trabalho mesmo no recesso.

“Nós vamos trabalhar em janeiro, nós temos trabalhado. Juízes é que normalmente não trabalham. A minha equipe tem trabalhado. Em julho, nós trabalhamos. E eu, embora eu não esteja aqui sempre, eu monitoro e faço as coisas. Não vai ser a minha eventual ausência física de Brasília que vai atrasar”, explicou.

No fim da entrevista, o ministro disse que está confiante para 2017.
“Meu estado emocional é que hoje é o último dia antes das festas de fim de ano. Foi um ano difícil, foi um ano muito difícil para o Brasil. Foi muito difícil para o Brasil. Vamos esperar que as coisas melhorem”, completou.

Todos os políticos citados, incluindo o presidente Michel Temer, negam irregularidades e dizem que todo o dinheiro recebido foi declarado à Justiça Eleitoral.


POLÍTICA

O que a delação da Odebrecht pode revelar

A maior delação da Lava Jato poderá esclarecer mistérios de Lula, Dilma e Temer e aniquilar os núcleos de poder político a seu redor
BRUNO BOGHOSSIAN E FILIPE COUTINHO
16/12/2016 - 21h25 - Atualizado 16/12/2016 21h35


A prioridade na quinta-feira, dia 15, era fechar com urgência os detalhes do minipacote que poderia dar um microempurrão para tirar o país da recessão, mas o presidente Michel Temer interrompeu a reunião com a cúpula de sua equipe econômica, no fim da manhã, para uma conversa que preocupava muito mais. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, havia sido chamado ao gabinete presidencial para tratar oficialmente de uma pauta puramente administrativa, de acompanhamento de políticas prisionais, mas o interesse de Temer eram as primeiras gotas de uma torrente de vazamentos de delações premiadas dos executivos da Odebrecht, que podem atingir não apenas seus homens de confiança e boa parte de sua base aliada, mas ele próprio.
O mistério do que está nos arquivos criptografados da Procuradoria-Geral da República, dito por 77 integrantes da Odebrecht em seus acordos de delação premiada, faz o governo e o Congresso tremerem com intensidade crescente. Se o desgaste até agora foi grande, é inestimável o estrago que podem fazer os depoimentos de Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreiteira, que tinha contato com presidentes da República e ministros; de Emílio, patriarca da empreiteira; de Alexandrino Alencar, executivo responsável pelo relacionamento com o ex-presidente Lula; e de Benedicto Júnior, que guardava em casa uma planilha de doações eleitorais com nomes de mais de 250 políticos de 24 partidos.



O PREFERIDO
O ex-presidente Lula. Suas relações com a Odebrecht na África ficarão mais claras na delação dos executivos (Foto: Ricardo Nogueira / Editora Globo)


Todos os grupos de poder organizado conhecidos hoje no Brasil estão ameaçados pela delação da Odebrecht e, num cenário mais longo, por outras investigações vindouras da Lava Jato. O que a Odebrecht tem a dizer guarda a capacidade de implodir esses núcleos, por revelar seus métodos de se aproveitar do controle da máquina do Estado e acesso privilegiado a empresas interessadas em negócios. Tomada como amostra, a delação de Cláudio Melo Filho é significativa pelo estrago que as falas de 77 executivos da Odebrecht causarão no PMDB, o partido do governo. Melo Filho citou o presidente Michel Temer 44 vezes, mas suas revelações pegam em cheio mesmo outras figuras grandes do partido, mais especificamente do PMDB do Senado, comandado pelo presidente Renan Calheiros e seus companheiros mais próximos, Romero Jucá e Eunício Oliveira. A trinca aparece como um time coeso, que atua em sintonia perfeita na tarefa de obter favores financeiros da empreiteira, em troca da aprovação de matérias no Legislativo. As revelações fulminam também o grupo de Temer, no qual habitam o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o secretário Moreira Franco, apresentados como “prepostos” de Temer. “Foi ele (Padilha) que recebeu e endereçou os pagamentos realizados a pretexto de campanha solicitados por Michel Temer”, disse Melo Filho.



CAIXA DOIS
A ex-presidente Dilma Rousseff. A Odebrecht poderá explicar melhor como pagou despesas com seu marqueteiro em 2010 (Foto:Ueslei Marcelino/Reuters )


Melo Filho revelou que a Odebrecht entregou dinheiro vivo no escritório de advocacia de José Yunes, amigo e até a semana passada assessor especial de Temer, como parte de um acordo fechado entre Marcelo Odebrecht e o atual presidente da República. Na quarta-­feira, Temer recebeu a carta de demissão de Yunes, que se disse lançado a um “lamaçal de abjeta delação” e “enxovalhado por irresponsáveis denúncias”. O ritual de saída de Yunes, incluindo as frases de efeito, segue os manuais do governo para tentar conter um pouco a sangria provocada pela denúncia. Cláudio Melo Filho afirmou à Lava Jato que Temer “utilizava seus prepostos” para conseguir vantagens. Citou Eliseu Padilha como responsável por “operacionalizar” doações eleitorais da Odebrecht para o PMDB.
Na semana passada, outro ex-executivo, Márcio Faria, que comandou a Odebrecht Engenharia Industrial, disse aos procuradores que se encontrou em 2010 com Temer, o ex-deputado Eduar­do Cunha e João Augusto Henriques, lobista do PMDB na Petrobras, para negociar doações eleitorais ao partido em troca de facilidades para a empreiteira em contratos com a estatal, nas diretorias comandadas por prepostos da sigla. Faria afirmou que o encontro aconteceu no escritório político de Temer em São Paulo. Temer afirma que “o então deputado Eduardo Cunha levou um empresário ao escritório”, mas não se recordava o nome. Admite que já conhecia João Augusto. Em 2013, ÉPOCA revelou os negócios que o lobista fechou em nome do partido na Petrobras. Neste caso de 2010, o PMDB levou R$ 10 milhões por ajudar a empreiteira a ganhar um contrato de cerca de US$ 1 bilhão na área Internacional. Outra parte da propina foi entregue a João Vaccari, o então tesoureiro do PT hoje encarcerado em Curitiba. 
O PMDB deverá experimentar nos próximos meses dissabores assim, como os que aniquilaram o PT nos últimos dois anos. Na semana passada, o ex-­presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi denunciado pela quarta vez à Justiça. De acordo com a investigação, a Odebrecht gastou R$ 12 milhões em um terreno para a construção do Instituto Lula, em um negócio intermediado pelo ex-ministro Antonio Palocci, preso em Curitiba. Uma empresa menor foi usada para ocultar a presença da empreiteira. A denúncia aponta ainda que o empresário Glauco Costamarques, que participou da negociação, ainda comprou o apartamento vizinho ao de Lula, em São Bernardo. A Lava Jato descobriu que o imóvel era usado pela família Lula e que Marisa Letícia, mulher do ex-presidente, havia assinado um contrato de aluguel. Mas nunca pagou a fatura. Segundo a denúncia, a origem do dinheiro para comprar o apartamento era, de novo, a Odebrecht.



ENCONTROS
O presidente Michel Temer. Executivos da Odebrecht citam encontros com ele, nos quais dinheiro para o PMDB foi o assunto(Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)



Na prática, a denúncia significa que a Polícia Federal encerrou a investigação e concluiu que havia ali indícios de crime. Com o relatório em mãos, os procuradores decidiram então denunciá-lo. A palavra final, claro, será da Justiça. “O que incomoda a Lava Jato é o fato de Lula e nós, seus advogados, desnudarmos as constantes arbitrariedades e ilegalidades que são escondidas com a ajuda de setores da imprensa que têm interesse de prejudicar a atuação política do ex-presidente”, disse em nota a defesa de Lula. O ex-presidente é acusado ainda de outros crimes, como obstrução à Justiça, pela tentativa de calar o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, de ser favorecido pela construtora OAS no caso do tríplex de Guarujá e de tráfico de influência em favor da Odebrecht no exterior, especialmente em países da África.
As andanças de Lula pela África figuram entre os temas explorados pela delação da Odebrecht. Como ÉPOCA já revelou, a empreiteira levou Lula a dar palestras em países onde tinha seus negócios. Conseguiu com isso não só obras, como alguns financiamentos do BNDES, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Em troca, Lula levou, além da área que poderia ter sido a sede de seu instituto, doações e a reforma daquele sítio que frequenta em Atibaia, interior de São Paulo, mas no papel pertence a amigos. Lula faz críticas às investigações – em vez de explicar por que aceitou que a Odebrecht reformasse o sítio que usava. Acusa a todos de “lawfare”, uma espécie de guerra na qual todas as instituições se organizam para forjar denúncias contra ele.
O tormento do PT está na fase em que, para alguns, os recursos de oratória se esgotam e a admissão de culpas é a saída. Na semana passada, enquanto Lula negava as acusações, o ex-tesoureiro petista Paulo Ferreira, preso em Curitiba, admitia o óbvio. Assim como seu antecessor Delúbio Soares – outro que também já esteve em cana –, admitiu o uso de “recursos não contabilizados”. Ferreira falou em “recursos informais” para se referir ao danoso caixa dois. “No Brasil, o exercício da política foi sempre financiado (informalmente), o senhor está vendo isso nas apurações, e financiado por grandes volumes de dinheiro, que ou foram para campanhas ou foram para benefício pessoal das pessoas. Estou reconhecendo aqui que foram pagamentos ilícitos para fim de campanha eleitoral”, disse Ferreira. “Negar informalidades nos processos eleitorais brasileiros, de todos os partidos, é negar o óbvio.”
Marcelo Odebrecht sabia disso. Em 2015, pouco antes de ser preso, ele alertou a então presidente Dilma Rousseff sobre o risco que a Lava Jato representava a eles. Dilma não lhe deu ouvidos. Marcelo prestou mais depoimentos de sua delação na semana passada. Ele pode dar detalhes de como a empresa pagou US$ 11,7 milhões na Suíça ao marqueteiro João Santana por seus trabalhos na primeira campanha de Dilma, em 2010. Pagamento em caixa dois, ou “recursos informais”, como diria Paulo Ferreira. Dilma pode ter ignorado Marcelo Odebrecht na ocasião, mas no ano passado, de acordo com o ex-­senador Delcídio do Amaral, ela tentou remediar. Nomeou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) o ministro Marcelo Navarro, com o compromisso de ele votar pela libertação de Marcelo – o que Navarro efetivamente fez, mas de nada adiantou.
Dilma gosta de dizer que nunca haverá um ato de corrupção contra ela. Mas, a seu redor, há. Outrora tratado com um filho por Dilma, o assessor Anderson Dornelles é acusado de abusar dessa proximidade para ganhar dinheiro. No Planalto, seu salário era pífio se comparado ao estilo de vida de luxo que ostentava. Seu apelido dentro da Odebrecht, não por acaso, era “Las Vegas”. Cláudio Melo Filho, ex-executivo da empreiteira em Brasília, disse que pagou R$ 340 mil entre 2013 e julho de 2014 a Anderson. 
Assim como afundou o PT e já anunciou seus possíveis estragos no PMDB, a delação da Odebrecht afetará outro grupo de poder, o do PSDB, de apoio ao governo Temer. Delatores da empreiteira já citaram episódios comprometedores para sua cúpula. Oswaldo Borges da Costa Filho, um operador do presidente tucano, senador Aécio Neves, foi citado como encarregado de buscar propinas em troca das obras da Cidade Administrativa, a mais cara da gestão Aécio no governo de Minas – cerca de R$ 1,2 bilhão. A Odebrecht esteve nessa obra. Aécio chamou as acusações de “falsas e absurdas”. Outro dos delatores da empresa disse que entregou R$ 2 milhões em dinheiro vivo para Adhemar Ribeiro, cunhado do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Era caixa dois de campanha. Em nota, Alckmin já disse que “é prematura qualquer conclusão com base em informações vazadas de delações não homologadas”. Um ex-presidente da Odebrecht, Pedro Novis, disse aos procuradores da Lava Jato que a empresa deu R$ 23 milhões ao caixa dois de uma campanha presidencial de 2010 do ministro das Relações Exteriores, José Serra. Em nota divulgada na ocasião, Serra disse que não iria “se pronunciar sobre supostos vazamentos de supostas delações relativas a doações feitas ao partido em suas campanhas”.
Se em seu início a Lava Jato atemorizava os envolvidos com a Petrobras, como PT, PMDB e PP, agora ela causa pânico a um público maior, o dos políticos que mantiveram relacionamento com as empreiteiras nas bases tradicionais, da troca de favores subterrâneos. Pior de tudo para eles, a Lava Jato não se encerra na delação da Odebrecht. Há outras investigações paralelas em curso. Especificamente há o ex-deputado Eduardo Cunha, preso em Curitiba, com poder de complementar o que diz a Odebrecht e causar um estrago ao PMDB e ao governo de Michel Temer. Não é à toa que, nas perguntas que encaminhou, Cunha adiantou temas que estão nas mãos da Odebrecht. Para quem frequentou o terreno onde políticos e empreiteiras conviviam, há, portanto, muito com que se preocupar.


http://epoca.globo.com/politica/noticia/2016/12/o-que-delacao-da-odebrecht-pode-revelar.html


Da gestação ao parto coletivo de uma colaboração premiada

Quem serão os premiados?

Que levados serão lavados e levados ao cadafalso?

O melado será derramado?

Há nove meses Josias de Souza pensava alto bom som:

Até onde Odebrecht deixará o melado escorrer?
Josias de Souza
23/03/2016 04:56





Na nota que a Odebrecht divulgou para anunciar que seus executivos suarão o dedo na Lava Jato, o caminho da pólvora está esboçado em dois trechos. Num, a empreiteira informa que proporcionará aos investigadores uma “colaboração definitiva”. Noutro, insinua que ajudará a escancarar “a existência de um sistema ilegal e ilegitímo de financiamento do sistema partidário-eleitoral do país.” Se a maior construtora do país estiver falando sério, o Planalto Central está na bica de virar uma espécie de Papuda hipertrofiada.
A delação coletiva da Odebrecht deveria começar por um pedido de desculpas individual do seu presidente, Marcelo Odebrecht. Em outubro de 2013, quando a construtora foi jogada no ventilador da Lava Jato pela primeira vez, o príncipe da construção pesada divulgou uma nota. Nela, fez pose de vítima.
Marcelo Odebrecht escreveu: ''Neste cenário nada democrático, fala-se o que se quer, sem as devidas comprovações, e alguns veículos da mídia acabam por apoiar o vazamento de informação protegida por lei, tratando como verdadeira a eventual denúncia vazia de um criminoso confesso que é 'premiado' por denunciar a maior quantidade possível de empresas e pessoas.''
O tempo passou. Oito meses depois, Marcelo Odebrecht estava preso em Curitiba. Acomodado no banco da CPI da Petrobras, foi tratado pelos parlamentares com uma fidalguia cúmplice. Sentiu-se à vontade para desafiar a paciência alheia. Disse que jamais seria um delator porque não tinha o que delatar.
Diante das câmeras, Marcelo Odebrecht evocou suas duas filhas para manifestar a aversão que nutre (ou nutria) pelo papel de dedo-duro. “Se elas brigassem, eu perguntasse quem começou, e uma dedurasse a outra, eu talvez brigasse mais com quem dedurou do que com aquela que fez o fato.”
Agora, cercado pela força-tarefa da Lava Jato e já condenado pelo juiz Sérgio Moro a 19 anos de cana, Marcelo Odebrecht, como o sapo de Guimarães Rosa —que pula por precisão, não por boniteza— percebeu que era hora de exercitar o dedo. Sob pena de repetir no petrolão o drama vivido no mensalão pela banqueira Kátia Rabelo e pelo operador de arcas clandestinas Marcos Valério, que foram enviados à cadeia pelo STF com as maiores penas .
O problema é que a Odebrecht achega-se ao guardachuva da delação com grande atraso. Os investigadores já apalparam até as provas da existência de um departamento de propinas na construtora. Avisam que, para obter benefícios judiciais, os executivos da Odebrecht terão de contar coisas que a Polícia Federal e a Procuradoria ainda não saibam.
Um dos integrantes da força-tarefa da Lava Jato disse ao blog que estranhou o trecho da nota da Odebrecht em que a construtora anuncia seu interesse em colaborar a despeito de não ter “responsabilidade dominante sobre os fatos apurados na Operação Lava Jato.” É como se repetisse, com outras palavras, a tese segundo a qual as empreiteiras não são corruptoras, mas vítimas de extorsão praticada por prepostos que os políticos acomodam na engrenagem do Estado. “Se vierem com essa conversa fiada, não tem acordo”, diz o investigador.
Dependendo do que Marcelo Odebrecht e seus executivos disserem, os depoimentos podem deslocar pedaços da investigação de Curitiba para Brasília. Espera-se que pinguem dos seus lábios, por exemplo, detalhes sobre as conexões monetárias da construtora com as arcas do comitê Dilma-2014, com o Instituto Lula, com a empresa de palestras do ex-presidente petista e com o célebre sítio de Atibaia.
De resto, flutuam na atmosfera tensa de Brasília um lote de perguntas: a Odebrecht jogará a oposição na frigideira? E quanto ao PMDB do vice-presidente Michel Temer? Logo, logo o país saberá até onde a Odebrecht está disposta a deixar o melado escorrer.



http://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2016/03/23/ate-onde-odebrecht-deixara-o-melado-escorrer/


Quando limpeza era só coisa de gari


Apresentando o personagem ao público:



Sujismundo: "Povo desenvolvido é povo limpo"



Campanha do Sujismundo - Anos 70



Sujismundinho ensina criança a ser limpa



1977 - SUJISMUNDO - CAMPANHA DE HIGIENE



1977 - SUJISMUNDO - CUIDADO COM A ÁGUA SUJA






De volta a 2016-12-20


Baco Exu do Blues - Sujismundo part. Bino & Djonga [Prod. Mazili & Jnr Beats]

Publicado em 28 de out de 2016
Baco Exu do Blues - Sujismundo part. Bino & Djonga [Prod. Mazili & Jnr Beats]

2016
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